Sexualidade, segundo a Organização Mundial de Saúde, é uma energia que encontra a sua expressão física, psicológica e social no desejo de contacto, ternura e às vezes amor.
A espécie humana possui dimorfismo sexual, ou seja, existem indivíduos de dois sexos diferentes; o masculino - o homem - e o feminino - a mulher. Há diferenças entre os seus corpos, no que diz respeito ao aparelho reprodutor (caracteres sexuais primários) e no que diz respeito a outros aspetos da morfologia externa (caracteres sexuais secundários). Estes caracteres só na adolescência se tornam mais evidentes.
No sistema reprodutor masculino, externamente, podemos observar:
- o pénis, um órgão comum ao aparelho urinário e reprodutor, pois expele a urina e é o órgão copulador durante o ato sexual. Quando ocorre a excitação sexual, os tecidos ocos do pénis enchem-se de sangue, vindo dos capilares que o irrigam, fazendo com que aumente de volume - a ereção. A extremidade do pénis denomina-se glande e está, geralmente, protegida por uma dobra de pele móvel, o prepúcio;
- o escroto é um saco onde se encontram alojados os testículos.
Internamente, o sistema reprodutor masculino é constituído por:
- gónadas (testículos), cuja forma é ovoide e são constituídos por canais muito finos e compridos - tubos seminíferos - em cujas paredes se formam os espermatozoides. Os testículos estão alojados no escroto;
- vias genitais, constituídas pelos tubos seminíferos, que se unem ao epidídimo - grupo de canais que se situa por cima dos testículos e armazena os espermatozoides - este, por sua vez, ao canal deferente, no qual desembocam os canais procedentes da vesícula seminal e da próstata. Todos estes canais desembocam na uretra - canal de saída, comum aos aparelhos reprodutor e excretor, que se estende ao longo do pénis;
- como glândulas anexas temos as vesículas seminais, que são estruturas em forma de saco e estão situadas por baixo da bexiga; a próstata, que rodeia a porção superior da uretra; e as glândulas de Cowper, que se situam na parte posterior da próstata e elaboram a parte líquida do sémen.
O espermatozoide é o gâmeta masculino; de dimensões muito reduzidas e produzido nos tubos seminíferos. É constituído por três zonas - a cabeça, a peça intermédia e a cauda. Num adulto, são produzidos por dia várias centenas de milhões de espermatozoides.
No sistema reprodutor feminino, externamente, podemos observar:
- a vulva, que é constituída pelo monte de vénus - parte de tecido adiposo coberto de pelos - e por lábios - pregas da pele. Existem os grandes lábios, que cobrem a vulva, e os pequenos lábios, que rodeiam o clitóris - órgão de excitação sexual -, o orifício urinário e o orifício vaginal.
Internamente, o sistema reprodutor feminino é constituído por:
- gónadas (ovários) que têm a forma de amêndoa e estão situados na parte inferior da cavidade abdominal (cavidade pélvica). Nos ovários são produzidos os gâmetas femininos, os ovócitos;
- vias genitais: são as trompas de Falópio ou ovidutos. São dois tubos que estabelecem contacto entre o ovário e o útero;
- útero, cuja parte inferior está ligada à vagina pelo colo do útero. É um órgão em forma de pera que possui uma espessa parede musculosa cujas contrações ajudam os espermatozoides a alcançarem o ovócito;
- vagina, um canal através do qual o útero comunica com o exterior. Na sua entrada pode encontrar-se o hímen (membrana muito fina e elástica que está perfurada para permitir a saída da menstruação).
O óvulo é o gâmeta feminino. De dimensões superiores às do espermatozoide, é produzido nos ovários. O ovário é constituído por uma camada externa - o córtex - e uma camada interna - a medula. No córtex existem folículos, cada um encerrando um ovócito. Ao atingir a puberdade, um folículo amadurece, transformando-se em folículo de Graaf e dele sai o ovócito - ovulação. Quando o folículo perde o seu ovócito, passa a chamar-se corpo amarelo que, se não ocorrer a gravidez, degenera. Durante este processo de transformação do folículo, ocorrem várias modificações no útero, levando à menstruação. Este processo passa a ocorrer mensalmente, desde a 1.ª menstruação até à menopausa, altura em que termina.
A fecundação é o processo biológico no qual o óvulo e o espermatozoide se unem, para darem origem a um novo indivíduo. Poucas horas depois da fecundação inicia-se a divisão celular. O número de células duplica em cada divisão, até se formar uma esfera chamada mórula, que se desloca pelas trompas de Falópio até se transformar em blástula. Esta alcança o útero, implanta-se na sua parede e passa a chamar-se embrião. Desde a 2.ª à 4.ª semana de gravidez, o embrião rodeia-se de uma membranas - anexos embrionários. O saco amniótico com líquido amniótico protege-o da desidratação e dos choques. A placenta, à qual o embrião se encontra ligado pelo cordão umbilical, serve para realizar a respiração, a excreção e a nutrição. Às 8 semanas o embrião passa a feto e já possui a maior parte dos órgãos. No final da gravidez, cerca de 280 dias após a fecundação, ocorrem contrações do útero, dando-se início ao parto.
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